Entrevista ao Jornal Setenta e Quatro

“NÃO SE PODE DEIXAR UMA PESSOA FAZER UMA DENÚNCIA DE VIOLÊNCIA SEXUAL E DEIXÁ-LA ENTREGUE A SI PRÓPRIA”

O reconhecimento por parte das vítimas é um processo doloroso. Envolve fenómenos de culpabilização, estigmatização social e até vergonha. Não deixando de reconhecer o acompanhamento terapêutico como essencial, o psicanalista critica o facto de as recomendações e as comissões que defendem a prevenção do abuso terem um papel muito pequeno,“pois as vítimas não estão verdadeiramente protegidas”.

https://setentaequatro.pt/entrevista/rui-ferreira-nunes-nao-se-pode-deixar-uma-pessoa-fazer-uma-denuncia-de-violencia-sexual

Abuso Disfarçado de Amor

“…Ele faz-me constantemente sentir que me ama mais do que eu a ele. Faz uma cena de ciúmes se eu olho para outro homem, quer ver as mensagens no meu telemóvel, telefona-me várias vezes durante o dia para saber onde estou e o que estou a fazer. Ele amua se eu não estou de acordo com os seus planos ou se expresso uma opinião diferente. Ele mostra-me as fotografias das suas antigas namoradas e relata pormenores das relações. Zanga-se comigo ou fica irritado por motivos alheios às minhas intenções. Parece não querer escutar os meus argumentos nem valida os meus sentimentos. Faz-me frequentemente sentir culpada!…” (relato ficcionado baseado em relatos reais) Continuar a ler